terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Clint Eastwood

Além da vida
Novo filme de Clint Eastwood não atinge o alvo em sua incursão pelo misticismo


Chico Xavier, Nosso Lar e Bezerra de Menezes foram filmes nacionais que abordaram com sucesso o tema do espiritismo. Agora, chega às telas Além da Vida, produção americana dirigida pelo premiadíssimo Clint Eastwood, que, em um primeiro momento, pretende vasculhar as fronteiras da vida e da morte. O espectador, no entanto, deve ficar atento para não se frustrar. O título e o trailer anunciam o mergulho nos mistérios do além, mas nas telas o assunto é tratado com muito pudor.

Na história, três pessoas são tocadas pela morte de maneiras diferentes. George (Matt Damon) é um medium que se comunica com os mortos e que agora quer abandonar o seu dom. Marie (Cécile De France) é uma jornalista francesa que quase morre em um tsunami e vive uma experiência mística que muda a sua vida. Em Londres, o menino Marcus (George McLaren) perde o irmão e não se conforma com seu sofrimento.

- Confira onde Além da vida está sendo exibido
- Confira a programação de cinema

Para contar o caminho de cada personagem, Clint faz uso dos recursos que fizeram dele um dos melhores diretores de drama da atualidade. Entre eles está a direção de atores e o uso das pausas e do silêncio. Com exceção da sequência inicial – a recriação fantástica do tsunami da Indonésia -,  todo o filme é narrado com grandes closes em sequências que desafiam a tendência atual de cortes quase esquisofrênicos. A ambientação dos personagens em seus respectivos países (Inglaterra, EUA e França) é muito bem feita, a ponto de pensarmos que cada uma delas foi feita por um diretor diferente.

Mas os elogios param por aí. Além da vida é um filme minimalista e com um ritmo um tanto quanto arrastado. Mas o principal defeito do filme está na incapacidade de Clint Eastwood explorar com eficiência um tema com tantas possibilidades. A perda, a saudade, o rencontro ficam em segundo plano frente à solidão. Na verdade, é essa a ideia central: a dificuldade das pessoas se comunicarem. A questão é que o roteiro não mergulhou nem mesmo em sua proposta. Os personagens não atingem a superação e o gosto que fica é de frustração. A preferência por abordar as angustias dos vivos no lugar de suas relações com os mortos, faz do título quase um estelionato para quem foi em busca de emoções, digamos, metafísicas.


Telecine Cult estreia especial Clint Eastwood


O Telecine Cult apresenta este mês de janeiro uma seleção especial com oito superproduções protagonizadas por Clint Eastwood, que completa 81 anos em 2011. O festival vai ao ar todas as quartas-feiras do mês, com exibição em sequência de dois filmes, sempre na faixa das 19h e 21h. Serão quatro produções que mostram seu talento como ator e outras quatro que são um retrato de sua trajetória como diretor.

O especial começa amanhã com a exibição de Perversa Paixão, às 19h05, e, em seguida, o canal exibe a estreia do western Três Homens em Conflito (21h), de 1966. O filme se passa no  auge da Guerra Civil. O protagonista é um pistoleiro que vaga pela fronteira oeste. Ele encontra dois estrangeiros que são tão brutos e desapegados quanto ele. Unidos pelo destino, os três homens juntam suas forças para tentar encontrar uma fortuna em ouro.

No dia 12, a mostra segue com a exibição de O Estranho Sem Nome, às 20h, no qual Eastwood interpreta um cavaleiro misterioso que, apesar dos crimes que já cometeu e de sua violência, chega à cidade de Lago com a missão de protegê-la. Na sequência, às 22h, vai ao ar A Marca da Forca.

No dia 19, às 19h35, o festival traz a produção Escalado para Morrer, de 1975. Em seguida, às 22h, estreia no canal o filme de ação Meu Nome é Coogan, de 1968. E,  dia 26, dois grandes sucessos: Menina de Ouro, às 19h35, filme pelo qual Clint Eastwood ganhou duas estatuetas do Oscar: de diretor e melhor filme. Fecha a programação Os Abutres Têm Fome, de 1970.


        

Nenhum comentário: