quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Infraero

Em SP, passageiros se dizem aliviados com suspensão de greve
Greve foi suspensa na madrugada desta quinta-feira.
Precavidos, passageiros chegaram cedo a Cumbica.

Os passageiros nos aeroportos de Cumbica, em Guarulhos, na Grande São Paulo, e de Congonhas, na Zona Sul da capital paulista, estavam aliviados com a suspensão da greve de aeronautas e aeroviários, que estava prevista para ocorrer nesta quinta-feira (23).
A decisão foi tomada após o Tribunal Superior do Trabalho (TST) determinar no fim da noite de quarta que 80% do efetivo das duas categorias fossem mantidos em atividade para viabilizar o transporte aéreo em todo o território nacional, no período entre os dias 23 de dezembro e 2 de janeiro de 2011. A liminar também fixou multa diária de R$ 100 mil em caso de descumprimento da ordem.
Temendo um caos aéreo, alguns passageiros decidiram chegar mais cedo a Cumbica. Alvino Cardoso de Oliveira, de 57 anos, por exemplo, foi ao terminal sete horas antes do voo. “Vim às 6h20 por medo da greve”, afirmou o vendedor. Morador de Guarulhos, ele irá viajar às 13h30 para Foz do Iguaçu, no Paraná, com a mulher e os dois filhos pequenos.
“Deixei todo mundo em casa e vim para fazer o check in”, comentou. “Fiz por precaução. Imagina, programa o ano inteiro e no fim acaba furando a viagem [por causa da paralisação]. Assim não dá”, brincou.
O professor de educação física Flávio Luiz Cruz, de 41 anos, seguiu o conselho da presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Solange Vieira, e se informou a respeito da greve antes de sair de casa. “Por isso, cheguei meia hora antes do horário e, pelo visto, vou embarcar normalmente”, afirmou.
Na tarde de quarta, a presidente da Anac afirmou que as pessoas deveriam ver na mídia como estava a possível greve e se os voos estavam sofrendo muitos atrasos e cancelamentos.
A mulher de Cruz, a secretária Mara Marques, de 42 anos, no entanto, temia o retorno a São Paulo. O casal seguirá para Salvador, onde passarão o Natal, e voltam a São Paulo no dia 30. “A ida está garantida. Veremos agora como ficará a volta”, disse, não escondendo a preocupação em relação a uma possível nova greve.
Passageiros chegaram cedo
Em Congonhas, muitos passageiros que embarcariam em voos nesta quarta-feira (23)  procuraram chegar mais cedo para evitar surpresas por conta da possível greve de aeronautas.
"Fiquei preocupado, mas imaginei que iam acabar cedendo pra não parar os aeroportos no Natal", disse Marcus Philipe Barbosa, que voa na manhã desta quarta para Goiânia, onde vai passar os feriados de fim de ano com a família.
Acostumado a voar de São Paulo a Goiás, ele chegou mais cedo ao aeroporto por conta da possível greve, acompanhado da mulher e da filha de 2 anos. "Liguei ontem para a empresa aérea e disseram que iam operar normalmente. Saí de casa mais cedo, mas no táxi a caminho do aeroporto vi pelo celular que a greve tinha sido suspensa", diz.
Vindo do Nordeste do país, Davi Nogueira da Silva não teve a mesma sorte. Ele saiu nesta terça de Maceió e foi de ônibus a Recife, de onde voou para Guarulhos, em São Paulo. "Cheguei lá às 4 horas e deveria haver ônibus da empresa área de meia em meia hora para Congonhas. Não sei se isso tem relação com a greve, mas só consegui sair de lá às 6h30", diz ele.
Por conta do atraso, Silva perdeu o voo que faria de Congonhas para Ribeirão Preto. A empresa remarcou a passagem para um voo às 19h30, mas Silva resolveu não esperar. "Estou indo para a rodoviária pegar um ônibus porque acho que assim chego mais cedo".
Já Iovanda Donizete Melo e Leandro José da Silva se apressaram para chegar a Congonhas depois de chegarem na rodoviária do Tietê, após uma viagem de ônibus de madrugada a partir do município de São Sebastião do Paraíso, em Minas Gerais.
"Ficamos preocupados porque nunca viajamos de avião", diz Iovanda, que vai ao Rio de Janeiro com o marido para passar o Natal. "Nosso voo é só às 13h30, mas viemos pro aeroporto bem antes pra garantir o embarque. Tinha visto no jornal que a greve ia começar, mas chegando em Congonhas percebi que estava tudo normal, sossegado", conta Leandro.


Passageiros temem caos aéreo no Brasil com anúncio de greve
Passageiros anteciparam viagens por conta da paralisação.
Aeronautas e aeroviários devem cruzar os braços na manhã de quinta (23).

Passageiros no Aeroporto de Congonhas, na Zona Sul de São Paulo, afirmaram na tarde desta quarta-feira (22) temer que a greve dos aeroviários e aeronautas, marcada para ter início nesta quinta-feira (23), cause um caos aéreo no Brasil.

Os aeronautas pedem reajuste salarial de 15%; a definição de três pisos salariais, sendo um para comissários (R$ 2 mil), outro para mecânicos de vôo (R$ 3 mil) e um terceiro para pilotos (R$ 4 mil); reajuste nas diárias de alimentação; reajuste do seguro por morte e invalidez de R$ 9.159,00 para R$ 20 mil; entre outras reivindicações. Já os aeroviários lutam por um reajuste salarial de 13%.
O casal de professores Sérgio e Joyce Bento, de 31 e 29 anos, respectivamente, antecipou a viagem que havia marcado para Florianópolis, em Santa Catarina, por medo de problemas nos voos. "Tinha viagem marcada para amanhã. Marquei há meses", disse Sérgio. Os docentes, que moram em São Paulo, pretendem voltar dia 28. "Vou acompanhar as notícias. Se estiver ruim, volto de ônibus, ou alugo um carro."

A engenheira curitibana Juliane Pontone, de 26 anos, viaja nesta quarta para a cidade onde mora, mas está receosa quanto à situação dos aeroportos em janeiro. "Tenho viagem marcada para Chicago [nos Estados Unidos]. Estou muito preocupada." Para a jovem, mesmo sem caos há problemas nos aeroportos. Ela conta que em novembro perdeu todas as cinco conexões que fez em São Paulo. "Imagina na época da Copa como isso ficará? O Brasil precisa melhorar muito", afirmou.
Quem também estava preocupado era o representante comercial paulista Miguel Feres, de 45 anos. Ele viaja nesta quarta para o Rio de Janeiro e volta à São Paulo na quinta. "Voltarei no olho do furacão", brincou. No dia 28, ele viaja com a família para Porto de Galinhas, em Pernambuco, e tem uma fórmula para superar as dificuldades. "Tem que ter paciência", completou.
Minas Gerais
O medo do caos aéreo fez com que um passageiro de Belo Horizonte antecipasse a viagem para São Paulo. O analista de sistemas Thiago de Paula Mateus, de 32 anos, embarcou no Aeroporto Internacional Tancredo Neves, na Grande Belo Horizonte, no fim da tarde desta quarta. "A agência de turismo que atende a minha empresa orientou que eu adiantasse o meu voo. Várias pessoas no meu hotel estão saindo um dia antes. A gente tem que tentar adiantar para não correr riscos", disse. Mateus estava a trabalho na capital mineira, com retorno previsto para quinta.
Apesar do risco de greve, a movimentação nos guichês de embarque era tranquila na tarde desta quarta-feira (22). Pela manhã, uma passeata reforçou o anuncio da paralisação. Aeroviários de algumas companhias aéreas caminharam do Hangar da Gol até a rodovia LMG 800. De acordo com o diretor do Sindicato Nacional dos Aeroviários, Marcelo Eustáquio, cerca de 120 pessoas participaram do movimento.


  

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