Google reduz impacto do serviço de mensagens do Facebook
Para Eric Schmidt, mais competição é algo bom porque 'amplia o mercado' e o uso do Gmail passa por um 'crescimento maravilhoso'.
O CEO da Google afirma não estar preocupado com o novo sistema de mensagens do Facebook.
Na arena do e-mail, quanto mais, melhor, disse Eric Schmidt, que deu uma palestra no Web 2.0 Summit de São Francisco (EUA), na segunda-feira (15/11).
Em conversa com um pequeno grupo de repórteres depois de sua palestra de abertura no evento, Schmidt pareceu um tanto hesitante em abordar o novo sistema de mensagens do Facebook, que foi anunciado a alguns quarteirões de distância, no mesmo dia.
“Mais competição é sempre bom porque amplia o mercado”, disse Schmidt. “A imprensa tem mais foco na competição do que na expansão do mercado. Isso traz mais pessoas a ele. Todos nós teremos vantagens se todos no mundo estiverem online.”
Analistas do setor destacam, no entanto, que o novo Facebook Messages, que inclui a oferta de um endereço de e-mail Facebook.com aos usuários da rede social, poderia tomar um pedaço da base de usuários do Gmail.
Se o Facebook emplacar de fato seu novo sistema de e-mail e mensagens, alguns dos 500 milhões de usuários da rede social poderiam abandonar o barco da Google e se alinhar ao Facebook.
E o Gmail é parte integral da caixa de ferramentas da Google de aplicações para consumidores e empresas.
Schmidt recusou-se a comentar sobre o Facebook ou seu novo sistema de mensagens de forma direta. “Nós estamos realmente muito felizes com o Gmail”, disse. “Agora mesmo, [o serviço] passa por um crescimento maravilhoso. As pessoas usam o Gmail por causa da sua velocidade e de sua capacidade de busca. Desde o começo seu projeto foi pautado por desempenho e busca.”
“O Gmail está indo muito bem. Estamos felizes de que o mercado esteja se expandindo”, disse Schmidt.
Linha perigosa
O CEO da Google também mencionou a questão da privacidade e até comentou sobre as declarações que fez – e que, segundo ele, foram mal interpretadas.
O CEO da Google também mencionou a questão da privacidade e até comentou sobre as declarações que fez – e que, segundo ele, foram mal interpretadas.
O CEO da Google foi questionado sobre um comentário que fez no mês passado, no Newseum. “Há o que eu chamo de ‘linha perigosa’, disse Schmidt, segundo The Hill. “A política da Google sobre várias coisas consiste em chegar à linha perigosa, mas sem ultrapassá-la.”
Na segunda-feira, Schmidt lembrou o comentário e defendeu a si e à Google sobre a “linha perigosa”.
“Há claramente uma linha que não devemos cruzar”, disse. “Há muitos, muitos exemplos, como a tecnologia do rastreamento em tempo real. Com o Google Earth, nós não mostramos imagens em tempo real; dessa forma, não pode haver rastreamento. Nós queremos dizer que existem linhas que não devem ser cruzadas.”
O CEO da Google também comentou sobre a recente disputa que envolve sua empresa e o Facebook sobre a portabilidade de dados do usuário.
A questão envolve a possibilidade de um usuário mover seus dados de e para serviços da web, como o Google Gmail e o Facebook. A Google advertiu os usuários sobre o que a empresa chama de risco de mover os dados do Gmail para o Facebook porque o Facebook não facilita a migração de dados para fora de seu sistema.
“Um dos princípios fundamentais da Internet é que ela é aberta. Há toda essa informação e as pessoas deveriam ser capazes de movê-la”, disse Schmidt. “Eu penso que, em geral, nós assumimos a postura de que os dados do usuário são do usuário. E ele deveria ser capaz de movê-lo para e de onde quiser.”
(Sharon Gaudin)
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