sexta-feira, 26 de novembro de 2010

BOPE, Vila Cruzeiro e Atos de violência no Rio de Janeiro.

Batalhão de Operações Policiais Especiais (PMERJ)



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História 

O BOPE foi criado em 19 de janeiro de 1978, pelo Boletim  da Polícia Militar n° 014 da mesma data, como Núcleo da Companhia de Operações Especiais (NuCOE), através de um projeto elaborado e apresentado, pelo então Capitão Paulo César Amêndola de Souza ao Comandante-Geral da PMERJ, Coronel Mário José Sotero de Menezes. Funcionando nas instalações do CFAP-31 de voluntários e subordinado operacionalmente ao Chefe do Estado-Maior da PMERJ. Pelo Bol da PM n° 33, de 07 de abril de 1982, por resolução do Comandante Geral da PM, o núcleo da companhia de operações especiais passou a funcionar nas instalações do Batalhão de Polícia de Choque, fazendo parte da orgânica daquela unidade e recebendo a designação de Companhia de Operações Especiais – COE. Em 27 de junho de 1984, através da publicação em Bol da PM n° 120, a COE passou a ser denominada Núcleo de Companhia Independente de Operações Especiais – NuCIOE, funcionando nas instalações físicas do Regimento Marechal Caetano de Farias, ficando subordinado apenas administrativamente ao BPChq, retornando sua subordinação operacional ao chefe do EMG. Posteriormente, pelo Decreto-Lei n° 11.094 de 23 de Março de 88, foi criada a Companhia Independente de Operações Especiais – CIOE, com suas missões próprias em todo o Estado do Rio de Janeiro, que seriam determinadas pelo Comandante Geral. Finalmente pelo Decreto n°16.374 de 01 de Mar 91 deu-se a criação do Batalhão de Operações Policiais Especiais – BOPE, ficando extinto a CIOE. Em 2000 ganhou instalações próprias, localizadas no Morro do Pereirão, no bairro de Laranjeiras, na zona sul da capital fluminense. Atualmente o emprego do BOPE em situações criticas ou missões especiais está regulado pela nota de instrução n°004/02 – EMG, estando a unidade subordinada administrativamente e operacionalmente ao Estado-Maior Geral da Corporação (Bol da PM n° 090 de 18 de maio de 2007).



Progressão em favelas

Esta técnica foi desenvolvida no Brasil pelo BOPE, Batalhão de Operações Policiais Especiais da Polícia Militar, pela necessidade de agir no caos das ruas estreitas de favelas e morros da cidade do Rio de Janeiro. As favelas se tornaram uma área hostil à polícia devido ao crime organizado, e era um grande obstáculo para as ações policiais, pois normalmente os criminosos possuem uma visão privilegiada posicionando-se estrategicamente nos morros. O BOPE conquistou o respeito de unidades militares estrangeiras por agir nesses ambientes urbanos de alta dificuldade.

O Caveirão

O BOPE possui veículos blindados, popularmente conhecidos como Caveirões", utilizados, principalmente, em operações onde há conflitos com narco-traficantes. Os blindados têm capacidade para uma guarnição de 12 homens, e não possuem armamento próprio, sendo o seu poder de fogo constituído pelas armas da própria guarnição. O chassi utilizado nos veículos é o mesmo encontrado no caminhão Ford Cargo 815, considerado inadequado por especialistas, uma vez que o peso do veículo, com a guarnição completa, supera as 8 toneladas de peso bruto para a qual o chassi foi projetado.
A principal finalidade dos veículos blindados é proteger a vida dos elementos da guarnição e romper as barreiras físicas utilizadas pelo narco-tráfico. Os blindados são essenciais ainda no apoio ao resgate de unidades policiais encurraladas e na remoção de feridos dos cenários de confronto.A blindagem do veículo "Caveirão" suporta fortes disparos, como os de fuzil 7.62, metralhadoras e submetralhadoras.

Armamento


Devido às exigências de sua atuação em situações especiais, é disponibilizado um armamento diferenciado aos policiais que servem no BOPE, como exemplo: fuzis, espingardas, pistolas, submetralhadoras, carabinas e explosivos. Policiais Militares do BOPE e da CIPM cães em treinamento de resgate de reféns.


Ingresso

Para ingressar no BOPE, o candidato deve ser policial militar da PMERJ há pelo menos dois anos, possuir excelente condicionamento físico, assim como ser aprovado nas avaliações física, médica e psicológica. São oferecidas duas modalidades de curso, para as duas atribuições da unidade:
  • Curso de Operações Especiais (COEsp), com duração de três a seis meses, visando preparar o policial para intervenções em áreas de conflito e ao resgate de reféns.
  • Curso de Ações Táticas (CAT), com duração de cinco semanas, que é uma síntese do curso de operações especiais.



Vila Cruzeiro


História
Essa favela surgiu no século 19 e os primeiros moradores eram escravos fugidos que ficavam no local sob a proteção de um padre abolicionista da Igreja da Penha. Até hoje as terras onde fica a favela são de propriedade da Igreja.
Hoje, o predomínio dos afro-descendentes está presente em toda parte: no samba, no futebol e até nos salões de beleza. Apesar da falta de informações mais precisas, pode-se estimar que boa parte dos 70 mil residentes de Vila Cruzeiro e Parque Proletário (segundo estimava da associação de moradores) sejam negros.
“Em finais do século 19, um certo padre Ricardo, republicano e abolicionista, capelão da irmandade da Penha, costumava abrigar em sua casa escravos fugidos das redondezas. O lugar terminou conhecido como Quilombo da Penha”, diz Alberto Barbosa (editor e fundador do jornal A voz da Penha).
Alberto conta ainda que expressões da cultura negra sempre foram fortes na Penha e em suas comunidades. “A capoeira continua sendo tradicional desde o século 19 até hoje. E um dos grupos mais fortes de Folia de Reis na cidade, que saía nos anos 50, era daqui da região, entre Vila Cruzeiro e Merindiba.
Outro fator que demonstra uma expressão da cultura negra na comunidade é a escola mirim Petizes da Penha.
Uma outra coisa que caracteriza a Vila Cruzeiro é o Campo do Ordem e Progresso, um campo de futebol que é umas das formas de lazer do local. Esse campo foi criado por volta dos anos 50 Por um morador antigo célebre chamado Sebastião Benedito. No Campo do Ordem e Progresso que surgiu o conhecido jogador de futebol Adriano Leite Ribeiro. Adriano até hoje frequenta a comunidade onde nasceu, cresceu e tem muitos amigos.
No campo Ordem e Progresso situava o espaço Criança Esperança, com o fim, o projeto foi substituído pelo projeto IBISS.




Vila Cruzeiro na atualidade

Atuamente, a Vila Cruzeiro é vista como um local perigoso, porém os moradores e lideranças comunitárias estão se organizando para revigorar o "espírito cultural" do local, marcado por episódios como o assassinato do jornalista Tim Lopes, da Rede Globo. Depois de uma maratona de conflitos entre criminosos traficantes que dominavam o local com a polícia, no dia 25 de novembro de 2010 a Vila Cruzeiro foi ocupada pelo Estado após ações da BOPE apoiadas por veículos blindados da Marinha do Brasil, e os bandidos que lá se encontravam debandaram-se através de uma pedreira para o Complexo do Alemão, onde expulsaram a represálias, moradores locais pra fugir da PM .


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Atos de violência organizada no Rio de Janeiro em novembro de 2010


Atos de violência organizada vêm sucedendo na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, no mês de novembro de 2010, desde a noite do dia 20 (sábado), quando bandidos ligados ao tráfico de drogas tentaram promover um arrastão na Rodovia Rio-Magé (trecho da BR-116), em Duque de Caxias, causando a morte de um motorista. Na tarde de domingo, seis homens portando fuzis abordaram três automóveis na Linha Vermelha, na altura da Rodovia Washington Luís. Dois veículos foram incendiados e o outro abanado pelo grupo. Em fuga, eles pararam e alvejaram um carro oficial do Comando da Aeronáutica. Desde então, foram incendiados ao menos 87 veículos, cerca de 39 suspeitos mortos nos confrontos, quase 70 pessoas presas e cerca de 200 detidos. Certos jornais, e a mídia internacional, têm se referido ao evento como Guerra do Rio de Janeiro.
Em entrevista ao Jornal Nacional, da Rede Globo, em 24 de novembro, o governador do estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho, declarou que pediu o apoio logístico da Marinha do Brasil, o qual lhe foi assegurado pelo ministro da Defesa Nelson Jobim, nas operações de repressão à onda de violência.Recorrer à Marinha foi uma decisão inédita no país em se tratando de combate ao tráfico e a criminosos nas favelas.
No dia 25 de novembro, deu-se a maior ofensiva da Polícia Militar, com seu Batalhão de Operações Policiais Especiais, e da Polícia Civil, em parceria com a Unidade de Polícia Pacificadora e principalmente a Marinha, que disponibilizou seis blindados e um grupo de fuzileiros navais para amparar na logística da operação que resultou na tomada da Vila Cruzeiro, até então em poder dos traficantes. Cerca de 500 policiais participaram da ação. Até o presente momento com o apoio da Marinha a polícia tem ocupado o reduto dos criminosos.


Ataques

24 de novembro (quarta-feira)

  
Ônibus incendiado em Benfica.

Segundo o comandante do 3º Batalhão da Polícia Militar, no Méier, um Honda Civic foi queimado, no início da noite, no acesso ao Túnel Noel Rosa. Também na Zona Norte, na Tijuca, os bombeiros foram chamados para controlar as chamas de um carro incendiado na Rua Félix da Cunha. No mesmo bairro, um homem havia sido preso, portando uma garrafa de gasolina, horas antes. Na delegacia, ele confessou que agia a pedido de traficantes do Complexo do Alemão. Em Del Castilho, uma van foi incendiada. No bairro de Santa Cruz, na Zona Oeste, um ônibus e uma van foram destruídos. Duas vítimas sofreram queimaduras. Em Anchieta, na Via Light, um ônibus também foi incendiado por bandidos e um passageiro ficou ferido sem gravidade. A Polícia Militar também confirmou o incêndio de um carro na Favela do Jacarezinho, próximo à avenida Dom Hélder Câmara, no subúrbio do Rio, por volta das 19h30min. Segundo informações, policiais teriam sido recebidos a tiros ao tentarem acessar a comunidade, o que prejudicou a ação dos bombeiros, que só puderam controlar as chamas após o tiroteio.
Às 19h, próximo à estação de trem Presidente Juscelino, em Mesquita, na Baixada Fluminense, um ônibus foi assaltado e depois incendiado por bandidos. Mais tarde, um outro coletivo foi destruído na cidade, dessa vez na Avenida Presidente Costa e Silva, em Edson Passos.
Uma cabine da PM foi metralhada e um carro foi incendiado no Jardim América. Criminosos também puseram fogo em um ônibus em Benfica, nas proximidades de Manguinhos. Ninguém ficou ferido. Um carro e um caminhão foram queimados na Avenida dos Democráticos, em Bonsucesso.
Em Niterói, um carro foi queimado por criminosos, próximo à favela Vila Ipiranga, mas ninguém ficou ferido.
Na cidade de Cabo Frio, na Região dos Lagos, dois suspeitos de incendiarem um carro foram presos com um galão cheio de gasolina. Eles teriam dito que agiram por ordem de um traficante de uma comunidade local. Um dos criminosos, segundo a polícia, seria da favela Barreira do Vasco, em São Cristóvão, no Rio de Janeiro. Quatro carros sofreram ataques de bandidos em Cabo Frio por ordem de traficantes da capital, em uma extensão da onda de violência na região metropolitana. O comércio foi fechado, também por ordem dos criminosos.

25 de novembro (quinta-feira)

Na madruga do dia 25, pelo menos dois carros foram incendiados na cidade do Rio de Janeiro: um na Rua Jornalista Orlando Dantas do bairro de Laranjeiras, na Zona Sul da capital, e outro na Avenida Ayrton Senna, na Zona Oeste, por volta de 1h42min. Ambos foram controlados pelos bombeiros e não apresentaram feridos.
Durante a manhã, criminosos atearam fogo a um caminhão, em um carro e em duas motos na Avenida Brasil, na altura de Barros Filho. Antes, um microônibus havia sido incendiado na Zona Norte, na Rua Sampaio Viana, próxima à rua do Bispo, no bairro do Rio Comprido.
Os ataques a veículos continuaram durante todo o dia, principalmente nos subúrbios das Zonas Norte e Oeste, embora também haja registros em cidades da região metropolitana, em Macaé, no Norte Fluminense, e em Cabo Frio, na Região dos Lagos. Durante a tarde, a polícia detectou onze ataques em toda a capital.
O trocador de um ônibus incendiado na Tijuca foi ferido em um ataque ocorrido na altura da Rua José Higino. Já Santa Cruz foi o bairro que mais sofreu ataques durante todo o dia. No total, cinco veículos foram queimados (um ônibus, duas kombis e duas vans). O estacionamento de um supermercado, em Bonsucesso, foi atingido por uma granada lançada por bandidos, ferindo uma pessoa e danificando dois carros. Na Rua Aquidabã, localizada em Lins de Vasconcelos, um carro foi incendiado durante a tarde. No local, houve troca de tiros entre criminosos e policiais, o que levou o comércio a fechar as portas e as pessoas a não saírem de suas casas.
Na Avenida Dom Hélder Câmara, em Benfica, um outro carro foi incendiado. Um veículo e um ônibus também sofreram ataques de bandidos no Cachambi. Outro ônibus foi destruído em Costa Barros.
Em São Gonçalo, três bandidos atearam fogo a um ônibus, no bairro Porto Velho. Um deles foi preso pela polícia. Também na Estrada de Santa Isabel, mais um coletivo foi incendiado. Nesse caso, testemunhas acusaram motoristas de vans de se aproveitarem da situação para promover ataques a ônibus, seus concorrentes no transporte da população.
Em Macaé, município do Norte Fluminense, a mais de 180 km da capital, um ônibus foi destruído por criminosos, no bairro Lagomar. Na cidade, um homem morreu e dois ficaram feridos em troca de tiros com a polícia, na comunidade de Nova Holanda, dominada pelo tráfico de drogas.
O Disque-Denúncia, serviço telefônico de combate ao crime disponibilizado à população para fazer denúncias da atividade de criminosos, bateu o recorde de chamadas, na quinta-feira, totalizando 1.042 atendimentos somente neste dia. Esse dado confirma a adesão dos habitantes do Rio à repressão ao crime organizado na cidade.

26 de novembro (sexta-feira)

Mesmo depois da repercussão, da intervenção da Marinha, e da ocupação pela polícia na Vila Cruzeiro, ao menos sete outros veículos foram incendiados no Rio de Janeiro na madrugada do dia 25 para o dia 26. Entre eles encontram-se dois ônibus, um na Rodovia Presidente Dutra, na pista sentido São Paulo, e o outro em São João de Meriti, na Baixada Fluminense. Por volta da 1h da madrugada, policiais do 7º BPM em São Gonçalo localizaram uma kombi incendiada no bairro do Colubandê e bombeiros do quartel do município conseguiram controlar as chamas. Dois menores foram presos na Zona Sul quando criminosos atearam fogo num carro na Rua Farme de Amoedo, em Ipanema. Na zona norte, na Avenida Brasil um automóvel que, segundo a polícia, foi roubado e os bandidos fugiram noutro veículo, também foi incendiado, mas ninguém ficou ferido e o trânsito seguiu normalmente. Mais cedo, um suspeito morreu baleado enquanto tentava atear fogo num veículo na Rua Carolina Machado, próximo ao Madureira Shopping, no subúrbio da cidade, e, de acordo com policiais do 41º BPM, em Irajá, três comparsas que o acompanhavam fugiram. A polícia conseguiu apreender do suspeito um isqueiro, um galão de gasolina, uma granada e uma pistola. O caso foi encaminhado à 28ª DP de Campinho.
Bandidos do Complexo do Alemão atiraram em um helicóptero da Polícia Civil que sobrevoava o local, pela manhã. Policiais militares, civis e federais fazem a vigilância dos acessos à comunidade. Durante todo o dia, inúmeras famílias são vistas deixando o bairro, dominado pela facção criminosa do Comando Vermelho e para onde fugiram cerca de 200 traficantes da Vila Cruzeiro, tomada pela força policial no dia anterior.

Combate

A princípio, a Unidade de Polícia Pacificadora e o Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) intervieram. Para desfrutar de armamentos e veículos mais resistentes, em 24 de novembro o governador do estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho, solicitou o apoio logístico da Marinha do Brasil, assegurado pelo ministro da Defesa Nelson Jobim, uma vez que o Presidente Luís Inácio Lula da Silva estava de viagem pela Guiana. Entre os blindados está o importado M113, concebido na década de 1960 nos Estados Unidos e que também é usado em ocasiões especiais pela SWAT. O modelo já foi utilizado na Guerra do Vietnã e no Iraque.Esta foi a primeira vez que que a Marinha foi acionada para tratar de ataques ligados ao tráfico de drogas em favelas no Brasil. Com os equipamentos, a Marinha conseguiu ultrapassar diversas barricadas, obstáculos e veículos queimados pelos bandidos; e os policiais, com a ajuda dela, fecharam o cerco na tarde do dia 25 de novembro em Vila Cruzeiro e as dezenas de bandidos e traficantes, sem escolha, fugiram armados com mochilas, motos e carros para o Complexo do Alemão. Calcula-se que mais de 200 bandidos estavam entre o bando que se deslocou da Vila Cruzeiro para o Morro do Alemão. À tarde do dia 25 a Polícia civil já realizava operação de buscas com helicópteros blindados no Complexo. Agora o objetivo do BOPE, dos outros policiais e da Marinha é cercá-los novamente. De acordo com José Mariano Beltrame, novas estratégias serão postas em práticas nos dias seguintes.Na noite da quinta feira do dia 25, o Ministério da Defesa do Brasil informou que a pedido do Governo do Rio de Janeiro serão enviados ao estado 800 militares para auxiliar a polícia no combate aos ataques, além de dois helicópteros da Força Aérea Brasileira e dez blindados de transporte. Para auxiliar as operações à noite, foram providenciados óculos especiais com visão noturna. O Presidente Lula autorizou o envio dos 800 homens do Exército Brasileiro e condedeu aval a Jobim para mandar toda ajuda que o Rio de Janeiro pedir.Na manhã do dia 26, por volta das 9h50m, policiais do BOPE invadiram lentamente o Complexo do Alemão, enquanto outros fizeram "varredura" e busca na parte de baixo da Vila Cruzeiro. Segundo o titular da 26º DP (Todos os Santos), Jader Amaral, o objetivo do cerco é evitar a saída de criminosos que fugiram da Vila Cruzeiro para o Morro do Alemão. Por volta da 10h30m da manhã, um policial militar levou um tiro de raspão na cabeça enquanto acessava o Complexo, na Estrada do Itararé, e imediatamente foi socorrido e levado ao hospital ainda consciente. Às 10h50m, outros cinco blindados da Marinha saíram do batalhão acompanhando dois caveirões do BOPE, mas ainda não se sabe se o destino destes veículos foi a Vila Cruzeiro ou o Complexo do Alemão. A participação dos 800 militares liberados pelo Exército ainda será discutida e planejada por Nelson Jobim e o governador Sérgio Cabral ao lado do secretário José Mariano Beltrame no Rio de Janeiro.

Motivos e mandados
Segundo especialistas e a polícia, quem comandou os ataques foram bandidos e/ou traficantes presos que se comunicavam com bandos livres das favelas através de telefones e outros meios. Por questão disso, durante a noite de quinta feira (dia 25) 13 presidiários suspeitos que estavam na Penitenciária de Segurança Máxima de Catanduvas, no Paraná, foram transferidos para o Presídio Federal de Porto Velho, em Rondônia. Entre eles estava Marcinho VP e Elias Maluco, considerados pelo setor de inteligência da Secretaria Estadual de Segurança, " diretamente ligados aos atos de violência ocorridos nos últimos dias."


Repercussão

Opiniões e pronunciamentos

Os atos, bem como a ação e a intervenção política e policial, receberam diversas opiniões de pessoas públicas. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso declarou que "o que está acontecendo no Rio de Janeiro é uma reação ao fato de que o governo está fazendo alguma coisa". Porém, segundo ele, as ações do governo estariam focadas apenas na repressão ao crime e elas teriam de ir além. De acordo com FHC, teriam de ser discutidas questões como a legalização de drogas como a maconha, ampliar as campanhas e ações que visam à diminuição do consumo e ampliar a assistência médica aos usuários. Segundo ele disse, "a droga tem de ser discutida de uma maneira mais ampla. Enquanto não se entender que boa parte da questão da droga tem a ver com a proibição, por exemplo, da maconha, e tem a ver com a falta de tratamento; enquanto não se induzir as pessoas a entender que a droga é também uma questão de saúde, e não apenas de repressão; enquanto não se diminuir o consumo, você vai ter gente se arriscando e fazendo tráfico".
A presidente-eleita Dilma Rousseff elogiou o trabalho do governador Cabral por meio de um telefonema pessoal, e anunciou estar solidária aos moradores do Rio de Janeiro.
Em entrevista coletiva no dia 25, o secretário de Segurança Pública do Estado, José Mariano Beltrame, declarou que a fuga dos criminosos face aos veículos blindados da Marinha foi positiva, afirmando: "tiramos deles o que nunca foi tirado, o seu território." De acordo com Beltrame, "Quando nós tivemos a notícia da possibilidade de utilização dos blindados, imediatamente a decisão de ir à Vila Cruzeiro foi tomada, porque a gente sabe que as informações vindas de casas prisionais vêm à Vila Cruzeiro, e da Vila Cruzeiro são capilarizadas para várias áreas da cidade e do Estado."
Ainda no dia 25, diante da relação que as mídias internacionais fizeram com os ataques e a Copa do Mundo de 2014 o presidente da CBF e do Comitê Organizador da Copa do Mundo de 2014, Ricardo Teixeira, disse: "Posso assegurar à comunidade esportiva que a cidade-sede do Rio de Janeiro terá o clima de normalidade necessário para a disputa da Copa das Confederações da FIFA, em 2013, e para a grande festa que será a Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014." Ricardo Teixeira ainda reforçou: "Vê-se hoje no Rio de Janeiro que a sociedade reage firmemente aos incidentes provocados por criminosos, numa mostra de que a política de segurança conta com o apoio da opinião pública e da mídia, porque está sendo planejada e executada de maneira contínua para reduzir os índices de violência."
O governador Sérgio Cabral disse em entrevista ao Jornal Nacional: "Eu posso garantir à população que nós estamos atentos, que é um ato de desespero, de desarticulação desses criminosos que estão perdendo território e que estão vendo o enfraquecimento não só territorial, mas de seus negócios ilícitos. Nós vamos continuar com a mesma política de retomada de territórios. Na semana que vem, vamos inaugurar a UPP [Unidade de Polícia Pacificadora] do Morro dos Macacos. Vale lembrar que há um ano o ‘Jornal Nacional’ mostrava um helicóptero sendo abatido no Morro dos Macacos para o Brasil e para o mundo. Hoje essa comunidade está pacificada, não só a comunidade como toda a área de Vila Isabel, vivendo em paz. Vamos instalar a UPP nos Macacos e em seguida continuaremos pacificando mais comunidades."
O Presidente Luís Inácio Lula da Silva, que deu aval a Nelson Jobim autorizar o Exército para ajudar logisticamente a polícia do Rio por estar de viagem a Georgetown, na Guiana, afirmou no dia 26: "Eu disse ao Sérgio Cabral que o que ele necessitar que o governo federal ajude, para que a gente possa permitir que as pessoas de bem vivam em paz neste país, vamos fazer. O Rio de Janeiro pode ficar tranquilo que nós estaremos 100% apoiando o governador e o povo do estado."

Twitter

No twitter oficial do BOPE, na tarde da quinta feira do dia 25, as emissoras Record e Rede Globo foram criticadas por televisionarem imagens ao vivo dos bandidos na Vila Cruzeiro e depois da chegada deles no Complexo do Alemão através dos helicópteros das emissoras. A frase do twitter oficial do BOPE dizia "Um desserviço prestado pelas aeronaves da Record e Globo!"  De acordo com o site oficial de Sidney Rezende, "As imagens causaram incômodo porque os traficantes conseguiram fugir sem serem incomodados para comunidades vizinhas, caminhando por comboio, com muitas armas, malas, mochilas, veículos." A frase do BOPE foi retuítada por vários outros usuários. De fato, os ataques no Rio de Janeiro foram um dos tópicos mais comentados e citados pelos usuários do Twitter durante a quinta feira do dia 25, incluindo por vários famosos.

Jornais internacionais


Diversos sites e jornais internacionais forneceram notícia resumida sobre o ocorrido no Rio, enquanto a rede de notícias árabe Al-Jazeera e o site do jornal francês Le Figaro deram uma abordagem maior. Neste último, foram mostradas diversas fotos de policiais armados nas ruas, moradores correndo, veículos queimados e apreensões de drogas, com a frase "Cenas de guerra nas favelas do Rio" ("Scènes de guerre dans les favelas de Rio") e relacionou o ocorrido com filmes populares sobre o tema, como Cidade de Deus, Carandiru e Tropa de Elite. A Al-Jazeera trouxe depoimentos de repórteres brasileiros sobre o ocorrido na capital fluminense e fez relação entre a repressão policial exercida com helicópteros e veículos blindados com a tentativa do governo brasileiro em controlar o crime nas favelas da cidade que sediará os Jogos Olímpicos de 2016 e a Copa do Mundo de 2014. O site do periódio espanhol El País afirmou que "este momento é crucial para eliminar a violência nos bairros mais pobres" e que é "decisiva" a luta da polícia contra os traficantes. Ambos o The Telegraph e o New York Times destacaram o fato do Rio de Janeiro ser sede dos Jogos Olímpicos e da Copa do Mundo e a segurança que a cidade precisará ter na realização desses dois eventos. O The Teleprah ainda destaca que "a ofensiva da polícia aos criminosos é uma luta para melhorar a imagem de segurança da capital fluminense". Outros jornais, como o Clarín, também noticiaram o ocorrido.
No El Mundo de sexta-feira dia 26, a violência do Rio de Janeiro foi tida como um dos principais fatores que "ameaçam" não somente a reputação da cidade mas de todo o país. À exemplo dos outros periódicos internacionais, o espanhol comentou que o Brasil "se comprometeu a abrigar com garantias de segurança o Mundial de futebol de 2014". Para o diário, "não é uma novidade que os poderosos narcotraficantes que governam as favelas do Rio de Janeiro se juntem para queimar pneus, carros ou ônibus" e "mas é novidade que as duas grandes facções criminosas da segunda maior cidade brasileira, até agora inimigas de morte, decidam se aliar para semear o caos pelas ruas e também foi extraordinária a resposta do Executivo, que enviou seis veículos militares para a favela Vila Cruzeiro."
O diário irlandês The Irish Times escreveu que as cenas vistas na cidade nos últimos dias "parecem mais as de uma zona de guerra do que as de um resort turístico internacional", enquanto o suíço Neue Zürcher Zeitung noticiou que "carros em chamas, ataques, tiroteios nas ruas e bombas confiscadas em Copacabana mostram as condições quase de guerra que prevalecem no Rio de Janeiro desde o domingo". O australiano The Australian também comentou o fato da cidade sediar oficialmente a Copa e a Olímpiada dizendo que a violência do Rio "levanta mais dúvidas sobre a habilidade das autoridades do Rio de garantir a segurança antes de a cidade abrigar dois dos maiores eventos esportivos do mundo, a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada dois anos depois".

Social

Os atos violentos têm afetado a população carioca. Acrescentado ao fato de vários comércios terem permanecidos fechados e as ruas vazias, na quinta feira diversos setores e serviços públicos foram interrompidos. Entre os mais afetados foram os transportes—cerca de 115 ônibus não circularam na região da Vila Cruzeiro, e o Metrô-Rio "fez triagem de passageiros nas estações Uruguaiana, Cinelândia e Carioca para evitar lotação nos trens"; e também as escolas e as instituições de ensino; segundo números da Secretaria de Segurança 135 escolas e creches não funcionaram no dia 26, deixando mais de 47 mil estudantes sem aula. A Universidade Unisuam suspendeu suas aulas em algumas unidades na cidade; o mesmo fez o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ). O Hospital Getúlio Vargas, na Penha, dedica-se a atender qualquer tipo de indivíduo com ferimentos causados pelo conflito, enquanto foram suspensas todas as cirurgias eletivas da rede pública de saúde para atenderem possíveis emergências relacionadas aos atos de violência no Rio.
Moradores da Vila Cruzeiro, e agora do Complexo do Alemão, que sentirem-se ameaçados em retornar para casa, recebem abrigo da Prefeitura do Rio de Janeiro no bairro da Penha. Além disso, o Disque-Denúncia—utilizado e divulgado nas emissoras de televisão para auxiliar a polícia na captura dos bandidos e traficantes—bateu recorde de mais de mil ligações no Rio‎ de Janeiro sobre um mesmo assunto. De acordo com fontes oficiais do Disque-Denúncia, as ligações têm sido fundamentais e muito válidas.
Na manhã de sexta-feira do dia 26, a Fetranspor afirmou que toda a frota de ônibus começou a circular normalmente no Rio de Janeiro.


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Exército cerca Vila Cruzeiro e complexo do Alemão


O major Martins, responsável pela comunicação da Polícia Militar do Rio, informou na tarde desta sexta-feira que os paraquedistas do Exército já cercaram a Vila Cruzeiro e o Complexo do Alemão, na zona norte do Rio. Ao todo, os 800 homens atuam em 44 pontos da região.Também agora há pouco, o chefe do Estado-Maior da PM, coronel Álvaro Garcia, disse que três helicópteros da Marinha estão partindo de Mato Grosso do Sul para o Rio. Eles são blindados e estão equipados para fazer patrulha noturna.
O coronel informou ainda que 200 homens das polícias Civil, Militar e do Bope (Batalhão de Operações Especiais), da PM, atuam nesta sexta-feira na Vila Cruzeiro. A polícia ainda estuda uma incursão no Complexo do Alemão.



VIOLÊNCIA

As operações policiais continuam nesta sexta-feira, pelo 6º dia seguido, e o clima na cidade é tenso. Um helicóptero da Polícia Civil que sobrevoava a região entre a Vila Cruzeiro e o Complexo do Alemão, também na zona norte, foi alvo de tiros disparados pelos criminosos, mas não sofreu avarias.
Mais cedo, o tiroteio assustou quem estava na região do 16º Batalhão (Olaria), que fica próximo às favelas, e as pessoas chegaram a ficar deitadas no chão para evitar os tiros.
Apesar do tiroteio, o foco da polícia no memento ainda é a Vila Cruzeiro, que foi alvo de uma grande operação ontem, de acordo com o major Martins, da Polícia Militar. Para a polícia, alguns bandidos continuam no local.

ATAQUES
Os ataques e incêndios em veículos começaram domingo (21). Para a polícia, é uma retaliação do tráfico contra as UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) e a transferência de detentos para presídios federais.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu toda a ajuda possível às autoridades do Rio nas operações contra o narcotráfico. "Eu disse ao [governador] Sérgio Cabral [PMDB] que o governo federal ajudará no que precisar para que as pessoas de bem vivam em paz no país", disse o presidente à imprensa em Georgetown, capital da Guiana.


Folha de São Paulo 26/11/2010 15h53



Tiroteio deixa feridos no Complexo do Alemão

Caveirões socorrem soldado e mulher


Uma troca de tiros entre criminosos e militares deixou feridos nesta sexta-feira no Complexo do Alemão, zona norte do Rio. Entre as vítimas estão um militar, uma criança e um fotógrafo. Dois dos feridos foram socorridos por Caveirões --carros blindados da Polícia Militar.
O soldado do Exército Walbert Rocha da Silva,19, foi levado consciente pelo Caveirão para o hospital Getulio Vargas, onde deu entrada no hospital por volta das 17h20. Ele foi ferido por um tiro na coxa direita no combate no conjunto de favelas.


Cerca de 15 minutos antes, Maria Luiza de Moraes, 61, também havia sido levada consciente por um Caveirão um pouco menor. Ela foi atingida na barriga por estilhaços de uma bala no apartamento onde mora no primeiro andar da rua Paranhos, na entrada do Complexo do Alemão.
Um dos filhos dela ligou para o irmão Reinaldo de Moraes, que foi até lá de moto para socorrer a mãe. "Era tiro para todo lado, mas na hora só pensei em resgatar minha mãe", disse Reinaldo.
Ele pediu ajuda ao 16º Batalhão da PM (Olaria), que enviou o veículo blindado para resgatar a mulher. Segundo Reinaldo, há na parede marcas de duas balas que entraram por uma janela lateral. Maria Luiza está no centro cirúrgico neste momento, onde passa por uma operação.
Durante confronto, uma menina de dois anos levou um tiro de raspão no braço em casa, na favela Nova Brasília, no complexo do Alemão. Uma aposentada de 62 anos também foi baleada na panturrilha na favela Vila Cruzeiro e um vigilante também ficou gravemente ferido num tiroteio na rua Paranho, uma das ruas de acesso ao complexo do Alemão.
O fotógrafo Paulo Whitaker, da agência Reuters, foi baleado durante a cobertura do conflito no conjunto de favelas. Informações preliminares indicam que ele foi atingido por um tiro de raspão e foi levado para o Hospital Pasteur, no Méier, zona norte do Rio.
Uma intensa troca de tiros ocorre na tarde desta sexta-feira entre criminosos e militares do Exército no conjunto de favelas Alemão, na Penha, zona norte do Rio. A operação ocorre para tentar conter os ataques criminosos e incêndios em veículos registrados desde domingo (21).
As ações seriam uma retaliação do tráfico contra a instalação das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora), segundo as autoridades de segurança pública.


Militar fica ferido durante operação no Complexo do Alemão; veja outras imagens





Traficantes pintados ameaçam ataques.



Moradores do Complexo do Alemão (zona norte do Rio) relatam que centenas de traficantes, muitos com rosto pintado e roupas pretas ou camufladas, se escondem na favela da Grota, uma das 12 comunidades da região, informa reportagem de Fabia Prates e Plínio Fraga, publicada na Folha deste sábado (íntegra disponível para assinantes do UOL e do jornal).
Afirmam que, num vaivém de motos, traficantes gritam que pretendem explodir o teleférico que está sendo construído no complexo, dentro do programa de obras do PAC, e ameaçam atacar posto de saúde, repartições públicas e trens que circulam em linhas férreas próximas.
Por meio de redes sociais, moradores têm afirmado que haveria mais de dez corpos na serra da Misericórdia, maciço no qual crescem as favelas do Complexo do Alemão e do Complexo da Penha. A Folha viu um corpo estirado na Vila Cruzeiro.

Da Folha Online 27/11/2010 - 05h26



Conheça aqui o blindado de guerra M113


De origem norte-americana, a Viatura Blindada de Transporte de Tropas M113 já foi utilizada em larga escala por diversos países. Após o governador do Rio, Sérgio Cabral, pedir apoio à Marinha brasileira para conter a onda de ataques no estado, seis blindados M113 foram colocados à disposição para furar bloqueios criados por traficantes na ocupação da Vila Cruzeiro --um dos principais refúgios dos criminosos que promoveram a série de ataques.
O modelo, que é um dos blindados mais eficientes utilizados em guerra, tem quase cinco metros de comprimento e é usado desde os anos 70 pelo Exército Brasileiro. Durante a Guerra do Vietnã -- o blindado foi frequentemente utilizado pelo Exército dos EUA, integrando a maior parte dos esquadrões de blindados -- recebeu o apelido de "táxi de combate" por poder comportar 2 tripulantes e 11 soldados -- nas incursões do dia 25, no Brasil, os veículos foram tripulados por fuzileiros navais e transportaram soldados do Bope, tropa de elite da polícia do Rio de Janeiro.
Desde 1980, os blindados adquiridos pela Marinha Brasileira, 584 unidades ao todo, passaram por um processo de "nacionalização" das peças e componentes, porém, à época, o blindado era movido a um motor Mercedes Benz. Várias versões foram desenvolvidas com inúmeras variantes, algumas feitas pelo próprio fabricante, outras pelos seus utilizadores, como o Exército Brasileiro, porém, os que participam das incursões no Rio, são municiados com metralhadoras calibre.30-06 Springfield, que dispara projéteis de 7,62mm de diâmetro -- fogo suficiente para derrubar helicópteros.

narração: Tainá Tonolli
ATAQUES
Os ataques e incêndios em veículos começaram domingo (21). Para a polícia, é uma retaliação do tráfico contra as UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora).
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu toda a ajuda possível às autoridades do Rio nas operações contra o narcotráfico. "Eu disse ao [governador] Sérgio Cabral que o governo federal ajudará no que precisar para que as pessoas de bem vivam em paz no país", disse o presidente à imprensa em Georgetown, capital da Guiana, na saída de um ato no qual recebeu a "Ordem da Excelência", a máxima condecoração concedida pela Guiana.




Dois suspeitos apontados como gerentes do tráfico são baleados por militares no Complexo do Alemão


A Polícia Militar informou na manhã deste sábado que dois suspeitos apontados como gerentes do tráfico de drogas foram baleados por militares do Exército na favela da Fazendinha, no complexo de favelas do Alemão, zona norte do Rio. Não há informações de outros feridos.

De acordo com a polícia, os suspeitos não obedeceram a ordem para parar e foram atingidos nas nádegas. Eles foram levados para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, zona norte da cidade. O estado de saúde deles ainda não foi divulgado.
Um terceiro suspeito foi detido e levado para a 22ª DP (Penha). De acordo com a PM, um dos baleados é responsável pelas finanças da quadrilha do tráfico da favela Vila Cruzeiro.
O clima continua tenso na localidade. Durante a manhã, uma intensa troca de tiros assustou quem passava pela região.


Folha de São Paulo 27/11/2010 09h55



Ações criminosas já são praticadas 
em conjunto por duas facções


Grupo que comanda a Rocinha já teve presos suspeitos de ataques

A polícia do Rio de Janeiro já tem provas de que as duas principais facções criminosas do Estado estão agindo em conjunto na onda de ataques que atinge a região metropolitana da capital fluminense desde o último domingo (21).
Além do bando que controla o complexo do Alemão e a Vila Cruzeiro, criminosos da organização que comanda a favela da Rocinha, na zona sul, também aderiram à sucessão de ataques.
A suspeita foi reforçada na última quinta-feira (25), com a prisão de um integrante da quadrilha de Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, chefe da Rocinha, em São Conrado.
O suspeito, conhecido pelo apelido de Cabeludo, foi flagrado enchendo seis galões de gasolina em um posto na Barra da Tijuca, na zona oeste. As informações indicam que ele usaria o combustível em ataques.
Outro indício do envolvimento da quadrilha da Rocinha foram as prisões de quatro homens com dez litros de combustível no morro dos Macacos, em Vila Isabel, na noite.
À PM, os suspeitos disseram que praticariam ataques a mando do traficante conhecido como Scooby, que está escondido na Rocinha. A favela ganhará uma UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) em breve.
Traficantes do Alemão teriam migrado
 para a Rocinha e o Juramento
A suposta aliança entre as duas facções vem sendo alvo de comentários de policiais desde o início da semana. Há informações de que os dois grupos firmaram um pacto para reagir à política das UPPs em uma reunião na Rocinha no último fim de semana.
Nesta sexta-feira (26), o Serviço Reservado do batalhão de Olaria (16º BPM) recebeu informações de que alguns integrantes da cúpula do tráfico no complexo do Alemão e da Penha podem ter fugido para a Rocinha, após a polícia ter ocupado a Vila Cruzeiro. Entre eles estão os traficantes Luciano Martiniano da Silva, o Pezão, Fabiano Atanásio da Silva, o FB, Alexander Mendes da Silva, o Polegar e Marcelo da Silva Leandro, o Marcelinho Niterói.
Informações dos serviços de Inteligência das duas polícias indicam ainda que o complexo do Alemão ainda reuniria cerca de 500 bandidos. Outros traficantes da favela foram para o morro do Juramento, em Vicente de Carvalho, na zona norte, e até mesmo para comunidades ocupadas por UPPs.
Os bandidos, segundo policiais, saem discretamente da favela em horários diferentes, distribuídos em vários carros, inclusive em táxis. Uma fonte diz que o estado de ânimo dos membros das facções está abalado.
- Os criminosos estão esgotados. Estão tentando se rearticular.
Nesta sexta-feira (26), a Justiça aceitou denúncia contra os traficantes Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, e Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco, que foram acusados como os mandantes dos atentados. No mesmo dia, a mulher de Marcinho VP, Márcia Gama Nepomuceno, foi presa.

Entenda a onda de ataques no Rio de Janeiro
















PM apreende mais um arsenal 
do tráfico na Vila Cruzeiro

Foram recolhidas dez armas, entre elas dois fuzis e duas metralhadoras

A Polícia Militar informou na manhã deste sábado (27) ter apreendido na noite da última sexta-feira (26) dois fuzis, quatro escopetas, duas metralhadoras e duas submetralhadoras em uma casa na rua 14, na favela Vila Cruzeiro, na Penha, na zona norte do Rio de Janeiro.

No mesmo local, os PMs acharam 12 bombas de fabricação caseira, estouraram também uma enfermaria usada para tratar de bandidos feridos, recolheram 500 kg de maconha, além de 10 mil papelotes de cocaína. Nesta manhã, os traficantes conhecidos pelos apelidos de Faustão e Branquinho foram baleados nas nádegas por militares do Exército ao tentarem fugir da favela da Fazendinha, no complexo do Alemão. Além disso, os militares acharam uma mochila com US$ 36 mil (cerca de R$ 62 mil) que estava com uma criança no complexo do Alemão.
  
27/11/2010 às 10h36

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